Quando nos projetamos na projeção anual da empresa.





Uma das coisas mais comuns que ouvimos durante nossa vida empreendedora é que “dependendo de como as coisas andarem, serei isso ou farei aquilo”; o “farei aquilo” dependendo do caso faz sentido, agora o “serei isso” é algo que grita ou pelo menos deveria gritar aos ouvidos dos empreendedores.

Não é muito complexa a ideia de que o seu negócio te leva a algum lugar e te transforma em alguma coisa, isso é exatamente o que a rotina e as situações extremas em que o empreendedor está envolvido traz como característica básica desse estilo de vida.


O que é muito diferente de colocar como situação determinante.





Quando começamos uma jornada, seja um negócio inovador ou mainstream, estamos não apenas conhecendo o business escolhido, mas principalmente conhecendo a nós mesmos trabalhando nesse business. E isso merece o foco, sempre, mas quase nunca é.

Queremos sempre saber se somos pessoas capazes de realizar uma empresa lucrativa e sustentável, e isso é bem grande, bem difícil e um belo desafio. Ta aí o porque que o “conhecer-te” acaba assumindo papel de coadjuvante, servindo apenas para que o desejo protagonista ache seu lugar.


De repente projetamos 100% de nossas energias no CNPJ, na maioria das vezes sem que percebamos, sempre dizendo que nunca esquecemos de nossa família, nossa saúde ou nossos amigos. Aliás isso é coisa para agendar no calendário, porque se não tiver lá, não vamos garantir que essa atenção seja dada. Daí já viu né?! Vamos ter que usar o argumento do FOCO e que é um momento vital para o sucesso do negócio.


Quando nossa vida é projetada em nossa empresa, assumimos a identidade do negócio e o negócio assume a nossa, havendo aí uma fusão incrivelmente poderosa e perigosa. Muito risco para os ex-dois elementos (sujeito e objeto) que agora são 1 só, mas muita chance de prosperar talvez com uma carga energética daquelas raras.

Carga essa que quem já experimentou, sabe como é difícil encontrar outra maneira talvez tão excitante. Fantástico são os empreendedores que pensam no sucesso da empresa mais que em si próprios, mesmo porque agora são um só.


E são fantásticos para os sócios, para os clientes e principalmente para os investidores.


Em algum momento essa dis-fusão ocorrerá, inevitavelmente. E um novo começo surgirá, uma nova empreitada, um novo desafio.

O que não poderá nunca desaparecer é quem você é, porque Ser de várias formas tem prazo de validade, isso nosso tataravô já dizia.


Você será o que você é, evoluindo, desenvolvendo; um caminho sem volta ou com muitas voltas. Se a empresa deu certo ou não, é a um teste para dizer se quem você pensa que é, é mesmo. E estaremos todos assistindo, eu, sua família, sua saúde e seus amigos. Estaremos com você em um dia, outro talvez não, quem sabe.